terça-feira, 27 de agosto de 2013

Quase 30

Quando tinha uns 15 anos ficava imaginando como eu seria quando chegasse aos 30. Achava que estaria casada, teria filhos, usaria terninho e salto para trabalhar, teria umas ruguinhas e um semblante sério de mulher madura. Bom... Quase nada disso se confirmou. Os trinta estão batendo na porta, chegam às sete da manhã do próximo dia 5 e eu estou aqui sentada na cama com um blusão do Mickey, coque no cabelo, espinha na cara, óculos e de frente pro meu blog que tem um fundo rosa de bolinha. E o mais incrível: sem uma gota de crise, só uma felicidade imensa de chegar a essa idade com a vida que eu tenho.

Ainda não consigo me sentir uma adulta se for levar em consideração o significado que esta palavra tinha pra mim há 15 anos. Parece que ainda vou crescer, que ainda vou correr atrás de um futuro e que ainda preciso concretizar milhares de planos. Como eu estou surpreendentemente realizada por chegar aos 30 assim! Como é bom perceber que meus 30 anos chegaram e eu ainda odeio salto alto e posso me dar o luxo de optar por não usá-los.

Em nenhum outro aniversário meu, eu parei para analisar minha vida como agora. Construí um patrimônio lindo que aos 15 anos eu jamais imaginei que metade dele ainda seria o mesmo. As mesmas amizades, os mesmos sonhos, a mesma saúde, a mesma maravilha de família e o mesmo fôlego de viver.

Dá um certo medinho sim. Um choque, claro. Mas é o mesmo medo gostoso que eu conheço desde que nasci. É um choque feliz por saber que trilhei um caminho do qual não deixei nenhum rastro de arrependimento. Sim, houve remorsos, mas eu consegui superá-los ao ponto de dizer com segurança que mesmo assim foi bom e já passou.

Ter 30 anos me parece também uma grande confusão, pois a sensação é de ter, no máximo, uns 20, que normalmente são caracterizados por uma irresponsabilidade divertida misturada a um ideal de futuro ainda em construção. Ao mesmo tempo eu tenho responsabilidades que aos 20 eu jamais imaginei ter. Estou construindo uma família, meu metabolismo começa a ficar lento, os outros me cobram certas posturas e a vida não parece mais tão longa.

Faltam 9 dias para eu fazer 30 anos, mas ainda vejo no espelho a mesma menina que quer viver 150 anos, que coloca música alta e dança sozinha em casa como se estivesse num programa de TV. Ainda sou aquela nostálgica incurável que acha que ser gente grande é um saco e que a vida é toda colorida, doce e tem cheiro de morango. Ainda sou uma menina rebelde que não suporta injustiça e que, segundo minha mãe, se acha a palmatória do mundo. Aquela que quer consertar as pessoas ruins, que acha que todo mundo vai me entender. Aquela menina cujo maior sonho é que o tempo nunca passe.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Davi, meu pequeno amado...

(texto escrito em 22 de janeiro de 2012)


Hoje você faz 2 meses de vida. Talvez quando você puder ler essa carta sozinho, ache que 2 meses é muito pouco. Mas não é não. Em 2 meses, uma pessoinha tão pequena pode mudar a vida de um monte de gente. E você mudou, meu príncipe. Mudou demais.

Seu nascimento foi um data marcante na minha vida. Foi uma terça-feira que parecia uma outra qualquer, mas não era. Na verdade, uma semana antes eu já estava ansiosa pela sua chegada, contando as horas pra ver seu rostinho. Você não imagina como foi esperado. A sua mãe engravidou sem querer e não estava num momento fácil, mas a notícia de que você viria deu a ela um novo fôlego para levantar a cabeça e seguir em frente. Todos aqueles problemas e sofrimentos que ela viveu começaram a parecer tão pequenos... Porque agora alguém estava crescendo cheio de vontade de ganhar o mundo e mostrar pra todos que era, sim, desejado e muito AMADO.

Conheço sua mãe desde que ela tinha 6 anos e nunca a vi tão linda como quando estava grávida de você. Eu já sabia que ela era forte, mas confesso que ela me surpreendeu. Nunca vou esquecer do dia em que ela me ligou chorando, desesperada e perdida sem saber o que fazer sozinha. Fiquei ao lado dela o quanto pude e um tempo depois quando soubemos da sua vinda, fiz questão de acompanhar tudo, pois acabei me sentindo um pouco responsável por vocês dois. Davi, eu tomei todas as dores da sua mãe pra mim. É, eu tenho esse problema... Por diversas vezes me peguei chorando sem entender o motivo de tanta reviravolta na vida dela, porque, Davi, se tem uma pessoa que não merecia tudo aquilo, essa pessoa era sua mãe. Mas ninguém está imune a nada e isso serviu para me deixar sempre alerta e, óbvio, estar ainda mais presente na vida dela. E como eu costumo dizer, meu príncipe, tudo tem uma lógica. Você tinha que nascer nesse contexto. Talvez pra me ajudar a cuidar da sua mãe e a fazê-la feliz como ela merece ser. E só um filho mesmo para conseguir trazer essa felicidade à vida de alguém com plenitude.

Mas voltando ao seu nascimento, eu passei o dia 22 de novembro de 2011 trabalhando muito, pra variar, mas consegui uma brechinha para sair 10 minutos mais cedo e ainda ver sua mãe com você na barriga pela última vez, tranquilizá-la e desejar toda a sorte do mundo na sua chegada. Tranquilizá-la nem precisou. Como sempre, ela estava segura e forte. Ela se preparou tanto para te receber, Davi. Leu todos os livros e fez todos os cursos que você pode imaginar! Cheguei ao quarto em que estavam ela, seus tios, seus avós, a tia Natália, tia Marília e tia Camila. Sua mãe já estava trocando de roupa, mas quando cheguei, voltou para tirarmos a última foto com você na
barriga. Ela estava linda. Toda maquiada e de escova para te receber.

Enquanto ela estava calma, eu estava uma pilha de nervos, mas não podia demonstrar. Quando ela finalmente foi para a sala de parto, eu fui com ela até onde pude e disse bem alto no meio do hospital: "Vai dar tudo certo!" Até um carão eu levei por causa do grito! Eu disse aquilo com um nó na garganta, Davi, que até me surpreendi.

A ansiedade era muito grande. Eu estava tão nervosa que cheguei a me perguntar se aguentaria aquilo tudo quando fosse minha vez. Mas depois, nesses dois meses, você só tem me dado ainda mais certeza de que quero ser mãe.

Sua mãe passou tanto tempo naquela sala de cirurgia, que começou a me dar uma vontade danada de fazer xixi, mas eu fiquei com medo de ir ao banheiro e perder sua chegada nos braços da tia Kaká. Fiquei lá me controlando com a máquina fotográfica e o celular na mão para registrar seu nascimento pra todo mundo no Facebook, que sua mãe já tinha me autorizado. Heheheh.. Estava em frente à porta do centro cirúrgico, atenta para todo e qualquer movimento. Sempre que saía alguém, o coração batia forte. Quando finalmente a Vaneska saiu com você nos braços, fui eu que avisei pra todos: "Chegou, gente!" Foi uma correria, Davi! Você apareceu todo empacotadinho, só com o rosto de fora. Seus olhos estavam tão vivos e inquietos. Você não sabia pra onde olhar. A primeira coisa que chamou nossa atenção foi a semelhança com sua mãe. Os olhos puxadinhos e a boca em formato de coração. Você estava lindo. E nós muito mais completos.

Só tinha uma bebê no berçário. Ela estava quietinha dormindo. Lembro até o nome dela: Catarina. Quando você entrou, Davi, e foram te pesar, você abriu o berreiro tão alto que a neném se assustou e acordou. A gente do lado de fora querendo ver seu peso e você agarrou a mãozinha na balança. Foi muito fofo e engraçadíssimo! Mesmo depois da pesagem, continuou o chororô por um tempo, até que você se acalmou. Sua mãe passou na maca a caminho do quarto, ainda linda e morrendo de frio por causa da anestesia. Ela não podia falar, mas era fácil ver a felicidade no olhar e no sorriso dela. Brindamos à sua chegada com licor (chique, né?), e fomos ver a enfermeira dar seu primeiro banho. Chamam de "banho de gato" porque é feito com um paninho molhado. Eu pensei que a moça ia só passar o paninho em você, mas não! Ela encharcava o pano e espremia na sua cabeça para a água derramar no resto do seu corpo. Você chorava tanto que dava dó. Tremia-se todo, mas eu não pude resistir e tirei um monte de fotos.

Na volta ao quarto onde sua mãe estava, fiquei ao lado dela, passando a mão nos seus cabelos e perguntei: "Tá feliz?", e ela respondeu que sim com a cabeça. Aquilo pra mim já bastou. Senti como se tivesse cumprido minha missão. Mas que nada... Ela estava apenas começando. Dali em diante só cresceu ainda mais o meu amor e minha responsabilidade por vocês dois.

Conte sempre com sua tia Manu aqui. Para brincar, fazer bagunça, para dar bronca, para aconselhar, pra ajudar no que eu puder e no que eu não puder também. Sua vida será linda, pois tenha certeza: você é AMADO demais.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

NÃO PODEMOS


Uma vez eu ouvi a seguinte frase: "Os homens nunca deixam de ser criança, os brinquedos é que vão ficando mais caros". Não é de hoje que temos a sensação de que eles pararam no tempo. Afinal, com barba na cara e até filhos nos braços, eles ainda jogam bola, disputam para ver quem tem o carro mais legal, brincam de aviãozinho com aeromodelos, praticam bullying frescando com os defeitos uns dos outros e viram noites e noites jogando videogame. Esse é o homem do século XXI, minhas amigas. É por eles que nós nos apaixonamos e com os quais sonhamos casar.

Você já viu uma mulher brincando de Barbie? De casinha? De elástico ou bambolê? De comidinha de massinha? Não. E sabe por que? Na minha humilde reflexão, aquela história de que todo mundo guarda uma criança dentro de si procede demais. Entretanto, contudo, todavia, a idade e as responsabilidades vão podando isso e a diversão infantil vai ficando cada vez mais rara. Mas os homens também têm suas obrigações. O que permite que eles soltem essa criança sem medo de ser feliz é uma coisa chamada costume (educação, cultura etc.)

Desde que o mundo é mundo, os homens dominam e podem tudo. E qual o "super" argumento que a gente sempre escuta? Porque eles são homens. (sempre que ouço isso dá vontade de mandar neguinho tomar naquele lugar)

Nós temos a mesma criança dentro de nós. Ledo engano achar que é porque amadurecemos mais rápido ou porque mulheres são mais centradas. O que acontece é que nós fomos educadas a "não poder". Enfiaram no nosso DNA que nós não podemos falar palavrão, não podemos beber até cair, não podemos falar alto, não podemos sentar esparramadas, não podemos beijar quem quisermos, não podemos dizer que gostamos, não podemos dizer "sim" logo de cara, não podemos, não podemos e não podemos!

Para a próxima geração de mulheres, eu peço às mães e futuras mães como eu: NÃO PODEMOS. Não podemos nossas meninas! Mostrem que elas também têm o direito de serem crianças pra sempre. Seria muito mais divertido brincar todo mundo junto, meninas e meninos.

podar: po.dar (lat putare) vtd 1 Cortar os ramos ou os braços inúteis de (árvores, videiras e outras plantas). 2 Cortar, desbastar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Crônica de uma tragédia anunciada

Bia saiu toda linda para trabalhar. Era um dia raro. Estava com mais saco para se arrumar do que de costume, pois quase todas as manhãs ela se fazia a mesma pergunta: "Por que eu tenho que me produzir toda para passar o dia sentada em frente a um computador e ao lado de pessoas nem um pouco interessantes?"

Foi uma manhã como tantas outras. Bia acordou com o ódio tradicional de todos os dias em que acorda antes das 10 horas. Dentes escovados, desodorante, perfume, protetor solar, óculos escuros bem grandes para cobrir o sono e lá se foi. Recebeu pedidos de textos, pautas, ligações, ordens... Finalmente era meio-dia. Voou para casa para ter uma horinha de paz e recuperar um pouco do sono infinito que ela carrega desde que nasceu. Bia dorme como um obeso que come desesperadamente. Sente um prazer indescritível em poder posicionar seu corpo na horizontal, enrolar-se e cair nos braços de Orpheu.

Para variar um pouco, acordou em cima da hora para voltar à labuta. Só deu tempo mesmo de escovar os dentes e lavar o rosto. Ao chegar ao trabalho, a preguiça ainda era mais forte que a vontade de ganhar dinheiro. E por mais que ela ame o que faz e não se imagine trabalhando com outra coisa, todo início de tarde é aquela luta. Bia olha para o relógio de cinco em cinco segundos enquanto enrola para consertar a cara ainda amassada.

Lá para as três e meia, Bia finalmente cria vergonha, lembra que já não tem mais 20 anos e que sua beleza precisa de ajuda. Bia é bonita. Para alguns, linda. Ela já é mais realista e acha que precisa sempre de uma mãozinha de cosmético para se sentir segura e confiante de que faz jus ao que tanto falam por aí.

No banheiro do escritório, ela repara as olheiras com corretivo, passa pó, blush e, especialmente naquele dia, uma boa camada de rímel. Linda e loira, ela volta ao seu posto e retoma o "tec tec" do teclado.

O dia acaba. Bia arruma suas coisas para ir embora com a rapidez de uma lebre. Vê que o elevador está chegando ao seu andar e entra afoita. A porta abre e ela dá de cara com um ex-paquera de uns 11 anos atrás. Como se passou muito tempo e Bia não tem o menor jeito para cumprimentar conhecidos, finge que não reconhece e entra calada. Era o Renato, um cara com o qual Bia cometeu as maiores loucuras que uma adolescente de 16 anos é capaz. Entre elas, beijá-lo à força para fazer ciúme ao melhor amigo dele por quem ela era perdidamente apaixonada. Um cara magrelo, cheio de acne e que cantava numa banda de pagode. Pois é. Não queira entender.

O tempo passou e Bia deixou de ser aquela menina miúda e magrela. Era uma mulher 10 Kg mais gostosa, com curvas e estava devidamente arrumada e maquiada como uma ocasião daquelas pede. Renato não mudou muito, mas já dava para enxergar nele um homem de seus 32 anos e com aquela barriguinha básica. Bia estava se sentindo acima de tudo e de todos.

Os dois estavam sós naquele espaço minúsculo e cercado de espelhos, e Bia não sabia para onde olhar. Só conseguia torcer para que ele não a reconhecesse. Em milésimos de segundo, quando Bia pensou que ia escapar daquele momento constrangedor, o moçoilo diz:

- Beatriz?

Ela, com uma naturalidade fingida, olha fixamente para o rosto dele por um tempo considerável, e como se tentasse reconhecer, retruca:

- Renato?
- É!
- Oi! Tudo bom? - Bia dá um beijo no rosto do rapaz, seguido de um abraço superficial.
- Quanto tempo!
- Pois é! Você também trabalha aqui no prédio?
- Trabalho sim.
- Nossa, que coincidência... - Finaliza ela, rezando para a porta abrir novamente.

Quando Bia já estava feliz por lembrar que eles só tinham apenas um andar para descer juntos e aquela agonia de não saber onde enfiar as mãos ia acabar, Renato proferiu a pergunta clássica e cretina:

- E aí? Já casou?

"Que merda!", pensa Bia. "Até esse cara já está querendo me deixar noiada?" Mas como ela tem resposta para tudo sempre na ponta da língua, responde com deboche e uma certa estranheza:

- Eu não! Não quero pensar nisso tão cedo. E você?
- Já estou namorando há seis anos. Vamos ver, né...

"Ufa!", pensou Bia, que além de se sentir linda ainda demonstrou seu desprezo pela instituição a qual é forçada a fazer parte a todo custo.

Despediram-se rápida e superficialmente e pegaram seu rumo. Toda cheia de si, Bia entra no carro com o sorriso de missão cumprida no rosto e se olha no espelho para conferir o visual. Ao abaixar o retrovisor em sua direção, lá estava ela! Branca, grande, redonda e brilhante! Uma remela enorme no canto interno do seu olho esquerdo.

- Puta que pariu!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Porão do Coração Especial

Hoje este humilde blog faz um ano de vida. Ele surgiu, após tantas tentativas frustradas, num momento difícil da vida desta blogueira como uma forma de ocupar a mente e o coração. Para a minha surpresa foi muito bem recebido pelos amigos e por "estranhos" que passaram a comentar, favoritar e até pedir para eu escrever mais.

O objetivo nunca foi agradar ninguém e muito menos me tornar uma webcelebridade. O que eu sempre quis através dos meus textos foi mostrar para as pessoas que alguém pensa como elas e passa por situações bem parecidas. Mas nada de auto-ajuda ou lição de moral. Eu escrevo para pensar. Para eu mesma pensar. E que bom que meus leitores estão pensando junto comigo. Assim fica tudo mais divertido.

Achei que não fosse durar muito tempo por aqui e estou surpresa com este ano que passou e com o tanto de coisa que pude viver e refletir "literariamente". Viver é complicado e ninguém quer passar por essa vida só por passar. Eu, pelo, menos quero passar direito, com intensidade e paixão.

E por falar em paixão, o vídeo de aniversário tem tudo a ver com o dia de hoje: Dia Mundial da Dança. A cena é do filme Sob a Luz da Fama e tem uma das coreografias mais fantásticas que eu já vi. Dançar de ponta não é fácil, ainda mais essa música do Jamiroquai. É de deixar qualquer bailarina de queixo caído e, como diz minha professora de ballet, querendo cortar os pulsos!

UPDATE (agora sim o vídeo com o áudio correto e original!)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Prazo de validade

As palavras têm validade. Uma declaração proferida de todo o coração e com a maior sinceridade possível é dita e ouvida, mas vai com o vento e o tempo. Os dias passam, os obstáculos aparecem e as provações ficam cada vez maiores. A memória falha e aquela verdade começa a ser corroída.

Não se pode jogar fora. É preciso reciclar, relembrar, reforçar. "Eu ainda te amo. Ainda quero estar sempre ao seu lado. Quero ultrapassar tudo isso de mãos dadas com você." Aí o coração se reconforta e reaquece.

Declarações dolorosas, ofensas impulsivas, reclamações e promessas de ódio eterno também são levadas pelo ar e vencidas pela sabedoria e pelo perdão. Não se deve deixá-las apodrecendo na geladeira e contaminando tudo o que ainda está saboroso. Lembre-se de renovar seu estoque sem ter que sentir dores no estômago.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mudanças

Se você me perguntar se eu acho que as pessoas são capazes de mudar, minha resposta é não. Eu acredito, na verdade, que nós somos capazes de melhorar. Mudança é um conceito muito amplo e subjetivo para começo de conversa e, em muitos casos, a gente só pensa nele quando deseja que alguém mude ou quando nos cobram uma mudança.

Creio que cada um de nós possui uma essência imutável. Um caráter mesmo que nasceu com a gente e foi lapidado pelo meio. Ele está ali apenas se adaptando às situações e às fases da vida. Obviamente, você não é o mesmo que era quando criança. Mas maturidade é diferente de mudança.

No fundo no fundo, muita gente gostaria de acreditar que o ser humano é sim capaz de mudar seu temperamento, suas atitudes, suas reações, seus instintos e seus impulsos. Eu sou uma. Pena que não é bem assim. Não sou psicóloga e nem quero dar uma de, mas acho que fortes experiências têm o poder de modelar uma personalidade. Aquela história de tratamento de choque, sabe? Tem gente que só toma jeito na marra.

Eu já "mudei" muito. Já tomei muito na cara e ainda tomo até hoje. As mulheres são bem piores nesse aspecto, pois são teimosas, muitas possuem um temperamento forte e ainda carregam aquela obrigação inconsciente de estar sempre se impondo em tudo. Nas relações essa questão é ainda mais complicada, pois exige pequenas mudanças constantes e em todos os níveis. Você acaba tendo que ser um pouco diferente de acordo com a situação. E isso é saudável até um certo ponto, claro.

O ser humano não muda, ele aprende a viver.